Ser a âncora-visivel

Por vezes a vontade de explodir. Mas devagar. Sem que ninguém repare...

A verdade é que explodo aos olhos de todos sem que eu me aperceba da gravidade com que isso recai sobre mim.

10-dezembro-2010

especialmente nada de nada

lembro-me de te esperar ansiosamente à janela.
Recordo como sempre esse momento em que te via fazer a curva que te fez chegar a mim. A mesma por onde fugiste, para sempre.
Os momentos. Vários, difusos, esguios, esgueirados dentro de mim.
Perco-me na imensidão dos meus pensamentos.
Vagueio sem sentido dentro dos semáforos que põem stop aos meus devaneios e perco-me na imensidão de ruas sem sentido, em sentido contrário, mergulhado, profundo dos meus pensamentos.
e a rua transforma-se no oceano onde emerge o meu sonho de poder flutuar.
Queria conseguir perder peso e flutuar.
Para longe da janela onde ansiosamente me recordo de te esperar.
Falar sem palavras como sempre fizemos.
Por escrito descrevo as imagens sem utilizar o que não precisamos.
E mais escrevo sen saber o que sai a seguir. Apenas guiada pelo som das minhas próprias palavras ditas, em sussurro, dentro do meu cérebro.
Ganham duplo sentido todas as palavras que penso enquanto escrevo as outras que o meu eu não verbaliza sobre a forma de letras uma-a-uma ganhando o sentido da imagem e o poder da vocalização dentro de ti.
Borboletas. de várias cores. Palavras que apenas tu vês daquilo que escrevo.
Apenas tu que ouves as palavras-imagem que sei existirem em todos, como eu e tu, que nos ouvimos por dentro.
O mar, o céu, a gaivota de Lisboa (em Terra em tempo de tempestade no mar) e eu. Ouvimo-nos... (plac, plac....)
o Bater das asas. Aquelas que mergulham no oceano profundo dos meus pensamentos.
Lembrei-me de garantir que não as ouço.
E até a minha letra me parece estranha, como que fotocopiada para o papel. Apenas estavam já escritas...

18-fevereiro-2011
«Há pessoas que nunca se perdem porque nunca se põem a caminho»
Johann Goethe