exteriorizações?

a riqueza da leitura sente-se naquilo que dizemos e não naquilo que exteriorizamos.
tudo é capaz de ver as reacções de sentir as minhas emoções ridicularizadas em extremos bizarros ditos como «exteriorizações».
no fundo, aquilo de mim deixo que seja visto.
aquilo que é a minha reacção de momento e não aquilo que seria efectivamente o meu sentir que é neste momento muito mais fluido que o meu escrever.
agora aqui posso vos dizer que estou bem. que estou a ouvir as minhas músicas e que nada no Universo mudou.
Terei de mudar eu.
As coisas são e vêm por etapas.
Depois destas apenas há mais caminho.
É sempre assim que as coisas se passam.
Já muito me dou por contente que neste momento vão e vêm coisas de diferentes prismas e como tal as alterações vão sendo facilmente toleradas e serenamente aconchegadas dentro da batalha possivel.
E que bataLHA!
Cada dia é um rodopio.
Tento ve-los como umas «férias-de-mim-mesma».
Tempo em que.............. espero.
Pacientemente mas com a certeza de que...
Tudo mudou.

E tudo em mim ficou igual.

mais uma oportunidade...

Dos meus olhos caem lágrimas de terror.

Amedronta-me ver o sofrimento nos outros e sinto como se fossem minhas as dores dos que vou vendo.
Doi-me sobretudo ver que depois de tantos anos de vida quem mais sofre é quem cá continua.
Os jovens, do alto da sua recem adquirida «personalidade» vêem que talvez exista para eles a «tal» oportunidade.
Mas a quem tem mais para trás do que em frente... sinto-as gritar em pânico porque o tempo para elas não é mais que um arrastar.

E dos meus olhos caem lágrimas de terror porque receio ver neles o que sobejará de mim.
Não quero o peso de nada mas não vou a lado nenhum.
Tambem eu, do alto da minha soberba experiência de jovem, sabia que o Universo guardava para mim grandes feitos e... nada fiz.
Mantenho-me recta e sei que o Universo assim o quer mas...
Sofro o silêncio dos que gritam dentro de si a dor do peso de não serem nada.
A sociedade ensina-nos que só quem é falado, apresentado ao mundo, vale e será lembrado.
Receio não estar nesse «lote».

Nunca nada farei para que seja lembrada pelo Mundo mas sei que nem isso é tudo.
Só tenho medo, pavor aterrorizado, de que quando houver mais para trás do que existir em frente, ver-me vazia.
Apenas isso me atemoriza e faz cair dos meus olhos lágrimas secas.
Não o digo e faço de conta que está tudo bem.
Lido com as coisas quando acontecem e prefiro deixar-me indo mas, ao mesmo tempo, é olhando os outros que fazem igual a mim que sei estar errada.
ou não...

É dificil estar aqui e o meu medo aumenta há medida que mais vou vendo.
É ao ver os outros, aqueles que por tanto já passaram, que receio mais.
Tenho medo de me tornar como elas, de esvaziar o meu olhar de alma e de apenas me entregar à vida.
Não quero.
Não quero ser desprovida de esperança.
Não quero esvaziar a minha alma mas, olhando para os olhos de quem se conformou, espelho nos meus as lágrimas de terror que eles não choram.

Cada vez que o sinto encolho-me em mim tentanto fazer de conta que os alfinetes da vida não se cravam na minha alma.
(tenho medo que a esvaziem...)
Quando o que quero é trazer aos outros a ideia de que o Universo nos presenteia a alma com lufadas de ar fresco que a fazem insuflar até ela sair de nós, receio mostrar o meu medo mas... eu sou apenas como vocês e... temos todos os mesmos medos.

Queria garantir que vai ficar tudo bem mas... preciso continuar a convencer-me disso.
Agora vou deixando cair as minhas lágrimas de terror quando me confronto com a realidade daqueles cujo tempo corrompeu e peço ao Universo que lhes dê mais uma oportunidade com a certeza de que a peço para mim.

19-fevereiro-2009