o turbilhão de emoções onde vivo

Apetecia-me escrever qualquer coisa.
Deitar cá para fora o sem número de sensações que tenho.
Ando a controlar-me, eu sei.
Ando a controlar o que sinto porque não quero voltar atrás, ao tempo em que eu não sabia que era fraca e... sensivel.
Mas sou. Lamento se isso faz de mim uma coisa menos fiável ou estável mas... sou. Tens razão. Sou um turbilhão de emoções.
Quero ser paz e luz.
Quero ser humilde, e ligada, conectada. Mas nem sempre consigo...
Às vezes perco-me, e doi. Ainda mais quando o vês.
Foi isso que me magoou. O veres as minhas fraquezas quando eu de ti sempre as quis esconder.
Se as esconder bem nunca me haverás de conhecer e por isso estarei protegida. De mim... tenho medo de me mostrar, de me dar, de te dar o que sei que deveria controlar. Tenho medo que não percebas que se to der ficarei destapada deste manto de força com que me tapo e que, mesmo sem querer, ultrapasses a barreira da sensibilidade e me faças perder de vista a luz que parece aparecer lá ao fundo.
Ouço a tua voz no silêncio e as palavras que dizes enquanto me encostas ao teu peito fazem-me voar...
A mim... que pensei ter perdido as asas...
Lá do alto vejo o Mundo, azul, calmo... e quase acredito que ‘está tudo bem’.
Às vezes, quando tu sais pela porta, eu fico a pensar... penso se faço bem, se faço mal, se sei o que estou a fazer, se devo continuar a faze-lo, se... penso demais.
Queria ter coragem para dizer a verdade.
Não penses que a verdade é diferente da realidade onde temos vivido. Não é. É mais... mais... especifica.
É isso. Especifica.
Deste-me uma nova oportunidade de voar e eu, apesar de me querer controlar, às vezes perco-me no céu azul das tuas lágrimas que não quero ver.
Tenho medo de te agarrar demais, tenho medo, ainda mais, que aches que não te quero agarrar.
Tenho medo de me perder nos kilometros dos teus olhos e de depois não saber voltar atrás... Mas mais do que isso... mais do que tudo isto... tenho medo de te deixar agarrares-me, acreditar que terás força e depois perceber que a minha falta de estabilidade, o turbilhão de emoções onde vivo seja demais para ti.
Não sei o que se passa.
Gostar é um constante medo de errar. E eu gosto de mim, não me quero errar mas... tambem gosto de ti, sabes.
Perco-me nas palavras que dizes quando me chamas ‘anda cá’ e ainda mais no brilho que vejo nos teus olhos quando olhas para mim de perto, tão perto que quem fala não são as nossas bocas mas os nossos lábios e corpos, um contra o outro.
E voamos... eu pelo menos... voo para tão alto que até perco de vista as minhas periclitâncias mundanas e...
Fizeste-me acreditar. A sério.
Dizes que mal te vi quis voar contigo. Não digo que não. Quis. O porquê não to consigo dizer mas... acredito... acredito que há demasiadas coincidências, via-as e achava tão... anormal. Foi uma anormal coincidência e eu, acredita!!, pela primeira vez não controlei. E, queres saber? Ainda bem.
Não me arrependo porque se eu te pudesse explicar, fazer sentir o quanto me fizeste evoluir dentro de mim ias perceber que o teu maior achievement foi teres-me feito reacreditar que afinal eu sou especial.
Percebes agora?
Percebes o meu medo?
Quando olho nos teus olhos ouço-os a dizerem-me ‘anda cá’ e eu queria era ouvir as palavras que guardas...
Porquê? Porque as guardas? Talvez tambem tu tenhas medo. Deves ter. Eu tenho. E eu vejo, nos teus olhos, que os teus medos são iguais aos meus.
Tenho medo que aches que quando olho para ti não vejo nada em especial.
Vejo. Vejo... vejo que és especial sim. Ouço-o nas tuas palavras, vejo-o nos teus kilometros de olhos... tapo os olhos e... vejo-o com o coração. Escondo-o e vejo-o com o meu ajna...
Tenho muito medo de me perder no som que sai de ti e que embala a minha alma e acho que sentes igual.
Foi isso que me fez não ter medo, não recuar, não hesitar e deixar fluir o campo de energia que fluia entre mim e ti.
Sentiste? Eu senti... e não resisti, não controlei e deixei-me ir.
E agora voo...

12 – Maio – 2008

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